A manhã desta quinta-feira, 9, começou com indignação por parte não só dos moradores de Itajaí, mas também de motoristas do Sistema de Ônibus Local (SOL), administrado pelo Consórcio Atalaia. Alguns funcionários realizaram uma greve na garagem da empresa, protestando contra o suposto pagamento de apenas metade do salário do mês e o atraso do vale-alimentação. Eles teriam impedido os veículos de saírem da garagem.
Conforme um colaborador do SOL que preferiu não se identificar, a prefeitura de Itajaí estaria há quatro meses sem repassar os recursos ao consórcio. Consequentemente, a concessionária teria dificuldades em pagar os salários dos funcionários.
Em consulta ao Portal da Transparência de Itajaí, é possível encontrar um investimento de R$ 14,7 milhões, entre maio de 2023 e maio de 2024, com a empresa Transpiedade Transportes Coletivos LTDA (que faz parte do Consórcio Atalaia e operacionaliza o serviço no município). Na divisão, chega-se a um gasto médio de R$ 1,2 milhão por mês com a companhia.

Dessa forma, se Itajaí deve quatro meses de repasses à Transpiedade, a dívida chegaria a R$ 4,9 milhões. Três dos últimos pagamentos feitos pelo Executivo à firma, ambos no dia 7 de março e com o valor de R$ 1 milhão cada, eram referentes à operação do transporte nos meses de novembro e dezembro de 2023, o que confirma o atraso da remuneração.
É importante ressaltar que o valor pode ser ainda maior, já que neste período a prefeitura teria deixado de pagar o serviço durante alguns meses, o que impacta diretamente na média de gastos dos últimos 12 meses.
Em nota, o Consórcio Atalaia declara:
“Nos últimos 90 dias o município pela 2º vez voltou a ficar inadimplente quanto ao pagamento dos subsídios mensais devidos. Tal ausência de pagamento, por parte da prefeitura de Itajaí, tem impactado significativamente a operação do transporte público, afetando inclusive a viabilidade de manutenção do contrato em vigor e o pagamento dos colaboradores”
Consórcio atalaia
Ainda, a companhia disse que há alguns meses vem buscando uma solução para o atraso dos repasses. Na última terça-feira, 7, a empresa teria pedido explicações ao Executivo e aguarda um posicionamento.
“O consórcio respeita a decisão dos colaboradores que optaram pela paralisação do serviço, uma vez que os mesmos estão preocupados com o futuro da operação”, completa. O Portal Menina conversou com o diretor de Mobilidade Urbana de Itajaí, Samir Pereira, que disse não ter recebido informações sobre a greve.
Autor: Luiz Lerner, estagiário – Jornalismo