A cena se repete em várias cidades do Brasil, manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL), estão acampados em frente a quartéis protestando contra o resultado das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em Itajaí, o acampamento em frente à delegacia da Capitania dos Portos, administrada pela Marinha, completou nesta quarta-feira, 9, uma semana de mobilização que começou no feriado de Finados (2 de novembro) com um ato que reuniu milhares de pessoas. O ponto de manifestação está repleto de barracas, lonas, bandeiras do Brasil e faixas questionando a credibilidade da democracia brasileira e com pedidos de “S.O.S Forças Armadas”.
O perfil dos manifestantes que além de Itajaí vem de cidades como Balneário Camboriú e outros municípios da região é variado, com uma presença bem dividida entre homens e mulheres, muitos idosos também aderiram ao movimento. O grupo afirma com orgulho que não é financiado por nenhuma empresa e todos os gastos com alimentação são divididos entre eles. A movimentação no acampamento é sempre intensa, enquanto alguns saem para trabalhar, outros vão chegando para manter o que tem sido chamado de “resistência civil”, mas a maior concentração geralmente ocorre entre o fim da tarde e início de noite.
“Quando começa a anoitecer muitas pessoas saem do trabalho e se juntam a nossa resistência civil, são patriotas que lutam por um futuro melhor para todos nós”, afirmou um manifestante que preferiu não ser identificado.
Segundo os próprios manifestantes não existe uma liderança no acampamento de Itajaí, temendo por represálias ou punições, alguns tem receio em se identificar, ou quando o fazem é apenas pelo primeiro nome.
“Nós não temos uma liderança, eu vim aqui de livre espontânea vontade representar e defender a minha família, representar e defender os valores que eu aprendi, os meus valores cristãos, eu estou aqui lutando pelos meus filhos, pela minha família, pela minha liberdade de expressão, pela minha liberdade de culto de poder servir ao Senhor. Eu sou contra a ideologia de gênero, contra o comunismo, eu sou contra a questão de esconderem a lisura das urnas, nós queremos lisuras nas nossas eleições, algo as claras para que não tenhamos dúvidas e até agora só temos tido um monte de pontos de interrogação”, afirmou um homem que se identificou como pastor Roberto.
Relatório do Ministério da Defesa é aguardado com esperança
A divulgação do relatório das forças armadas que vai indicar a possibilidade, ou não de fraude nas eleições é aguardado ansiosamente pelos manifestantes, a divulgação do documento está marcada para ocorrer ainda nesta quarta-feira, 9, mas não tem um horário definido. Independentemente do resultado que será apontado no parecer do Ministério da Defesa, nas redes sociais circulam mensagens convocando uma nova mobilização a partir das 17h, em frente a Marinha.