Uma denúncia anônima feita em março de 2023 levou a Polícia Militar Ambiental e o Ministério Público de Santa Catarina a investigarem uma suposta rinha de canários no bairro Vila Nova, em Porto Belo. Diante da suspeita, os militares foram até o local indicado e encontraram diversas evidências do crime.
Gaiolas, balanças de precisão, maletas com 86 pássaros e até uma “arena de guerra” para as aves, deixada sobre uma mesa de bilhar. No local também estavam 17 suspeitos, que passaram a ser investigados pelo envolvimento nas rinhas. Já no último dia 4 de março, após a constatação dos crimes praticados, a Justiça moveu um processo criminal contra eles.
Conforme o Ministério Público, “eles devem responder por maus-tratos a animais, por ferir e matar espécies da fauna silvestre, por manter em cativeiro os pássaros sem autorização das autoridades competentes e por associação criminosa”.
Após resgate, 25 aves morreram por lesões em rinhas
A Justiça informou em nota que 25 dos 86 canários encontrados morreram poucos dias após o resgate. Lesões, ferimentos, estresse e desnutrição teriam sido as causas das mortes, apontam as autoridades.
Na casa, em março de 2023, a Polícia Militar Ambiental encontrou gaiolas classificadas como “minúsculas”, de 12 cm por 12 cm e que não eram higienizadas, onde os pássaros eram deixados sozinhos. Ainda foram encontradas outras gaiolas maiores, de 65 cm por 65 cm, que serviam como “arena” para as rinhas.
Segundo o MP, a rinha funcionava da seguinte forma:
“Os canários começam a brigar com o intuito de defender o direito à fêmea, que é mantida presa no local para acirrar a disputa. A luta só termina quando uma das aves morre ou desiste por conta dos ferimentos”
ministério público de santa catarina
Esteve à frente do caso a Promotora de Justiça Lenice Born da Silva.
Autor: Luiz Lerner, estagiário – Jornalismo