Sem receber alunos desde 2021, após um acordo judicial entre prefeitura de Balneário Camboriú e Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Rodesindo Pavan, segue com seu futuro incerto.
O local é alvo de discussão na justiça desde 2018, pois partes da estrutura contém amianto, um material proibido por lei no Brasil, por trazer riscos à saúde sendo associado a casos de câncer, asbestose e mesotelioma, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
De acordo com o assistente de pesquisa Emídio Santana de Lara, que é um dos organizadores do “Abraço ao CIEP”, além de não existir nenhum projeto que envolva a reconstrução da escola, o local tem sido alvo de saques, vandalismo e virou moradia de andarilhos.
“A unidade vem sendo invadida por moradores de rua, servindo de abrigo para marginais e o pessoal saqueando a escola, gerando um transtorno para toda comunidade em volta também, mas a maior perda é para a educação municipal, nós perdemos as únicas 350 vagas que tínhamos de ensino integral no município, elas foram para a iniciativa privada. O Abraço ao CIEP é um movimento popular justamente para a gente mostrar a indignação da comunidade, que nós não vamos mais aceitar o que foi colocado, precisamos nos unir a bandeira defendida será a educação municipal, porque não podemos permitir que uma escola seja fechada, abandonada, sem qualquer previsão de construir uma nova”, avaliou.
Emídio lembrou que a atual administração municipal não realizou nenhuma obra na escola, mesmo após apontamentos do Ministério Público e questionou a prioridade que educação vem recebendo em Balneário Camboriú.
“O problema do CIEP são de vários governos, esse governo durante seis anos não fez obra nenhuma na escola, o Ministério Público apontou que para continuar havendo aula na escola haveria a necessidade de algumas intervenções, manutenções para que as crianças pudessem voltar a unidade escolar, então a prefeitura optou por não investir, não gastar nada, as vezes se gasta R$ 150 mil na reforma do gabinete do prefeito e no CIEP nada, o que tu trata como prioridade, temos que debater isso, porque a educação nunca é prioridade? A gente tem que debater isso, porque a educação nunca é prioridade, podemos falar da Dona Lili e de outras unidades também”, questionou.
Ouça essa matéria:
A secretária de Educação, Marilene Cardoso, informou que os estudantes do CIEP foram transferidos para escolas particulares custeadas pelo município, inclusive com aquisição de livros e apostilas. Ela rebateu as informações de Emídio, afirmando que existe sim um projeto de reconstrução da escola, mas que depende da demolição da atual estrutura para seguir adiante.
“O projeto nós temos, ele inclusive está cadastrado no Ministério da Educação desde o ano passado, todo projeto foi feito pela AMFRI, e a gente conseguiu uma economia de R$ 550 mil para fazer os projetos, e conseguimos gratuitamente na AMFRI, inclusive as pessoas podem ver que o CIEP está sendo demolido”
Marilene também revelou que a demolição do CIEP deverá durar de 30 a 60 dias, devido ao tamanho do espaço, para que na sequência seja iniciada a reconstrução da unidade escolar. Ela inclusive acredita que com o avanço a retirada de materiais do local, os problemas com andarilhos e vandalismo na região diminuam.
A manifestação do Abraço ao CIEP será realizada neste sábado, 25, a partir das 14h, em frente à escola localizada na rua Dom Abelardo, nº 400, na Vila Real.