Um pedaço de madeira e diversos plásticos causaram a morte de um golfinho resgatado na praia de Itapema na última sexta-feira (17/05). O animal ainda estava com vida e recebeu os primeiros atendimentos na praia, mas não resistiu e faleceu durante a madrugada de sábado (18/05).
O resgate foi feito pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/Univali), instituição executora do Trecho 4. No mesmo dia, o golfinho foi transportado para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), em Florianópolis.
Antes do óbito, permaneceu em uma piscina adequada para cetáceos e seguiu sendo monitorado. Após a morte, a equipe veterinária que fez a necrópsia registrou a presença de um pedaço de madeira de aproximadamente 20cm e diversas sacolas plásticas, pesando 500g.
Os resíduos estavam no esôfago e estômago do animal. Os médicos veterinários concluíram que o lixo marinho ingerido foi responsável pela debilitação do animal, seguida de sua morte.
A necrópsia foi feita por veterinários da Associação R3 Animal, responsável pela execução do Trecho 3 do PMP-BS, em Florianópolis. A fêmea da espécie golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis) pesava cerca de 70 kg e tinha aproximadamente dois metros de comprimento.
Perigo do lixo marinho
De acordo com a nota divulgada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, resíduos como madeira e plástico lesionam as mucosas do esôfago de animais marinhos, o que leva a úlceras e hemorragias.
Além disso, o lixo marinho no organismo prejudica a absorção de nutrientes e, com o estômago cheio, faz com que o animal não busque alimentos que deveriam ingerir.
O PMP-BS alerta que diariamente animais marinhos são encontrados debilitados ou mortos, seja por ingestão ou por ficarem com resíduos preços a seus corpos. Grande parte destes lixos é formado por plástico, como apetrechos de pesca, embalagens, sacolas, entre outros.
Só no ano de 2023, aproximadamente 14% dos animais que foram necropsiados pelo projeto na Área SC/PR, apresentaram alguma interação com lixo marinho.