Mesmo após a decisão judicial que determinou ao Estado de Santa Catarina a transferência de pacientes do hospital Ruth Cardoso, nesta quarta-feira, 16, a situação ainda era de lotação no pronto-socorro.
De acordo com a diretora do hospital, Syntia Sorgato, oito pacientes foram transferidos desde o ajuizamento da ação, porém a entrada de novos pacientes manteve o pronto-socorro lotado, com 35 internações.
“O pronto-socorro adulto permanece lotado com pacientes internados, hoje de manhã (16/11) estávamos com 35 pacientes internados, mas teve um fator positivo que saíram algumas vagas, não todas as necessárias, mas no dia seguinte da ação saíram três vagas de transferência e ontem (15/11) saíram cinco vagas de transferência tanto dos pacientes clínicos internados, como dos de média complexidade, mas só ontem internaram 12 novos pacientes”, destacou.
Devido à alta demanda do hospital, o espaço destinado a observação e cuidado de pacientes do pronto-socorro também se tornou uma ala de internação. Segundo a diretora do hospital, para normalizar o problema, o governo ainda precisaria transferir mais 20 pacientes, isso sem contar com outras possíveis entradas.
“Hoje a gente não tem esses leitos para deixar os pacientes em observação, porque eles são ocupados com pacientes de internação, ele está desvirtuado, se transformou numa clínica de internação e não num pronto-socorro de observação”, avaliou.
Ainda de acordo com Syntia Sorgato, a ocupação da clínica médica está em torno de 200%.
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Problema pode piorar na temporada
A secretária de Saúde, Leila Crócomo, também acompanha a situação com atenção, principalmente pela preocupação de que com a chegada da temporada de verão o problema possa se agravar ainda mais.
“Uma ação extrema, mas antecipada, porque não podemos chegar na temporada e pensar no que será feito, a gente sabe que os hospitais estão superlotados, mas o Ruth Cardoso é um hospital municipal que atende regional, então a gente precisa desse aporte, precisa que o Estado nos auxilie nessas transferências para que a gente possa atender os pacientes com segurança”, alertou.
Na decisão da juíza Naiara Brancher, ficou estipulado que a partir de quinta-feira, 17, o governo deverá arcar com multa diária de R$ 50 mil, caso não realize a transferência dos pacientes para outros hospitais sejam eles públicos, ou até mesmo privados.
Confira a entrevista completa com a diretora do Hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato: