A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu cinco homens, do Mato Grosso do Sul, autores de, pelo menos, 12 sequestros ocorridos contra caminhoneiros, desde o final de março em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A prisão ocorreu na noite de sexta-feira (27). O delegado da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Diego Gonçalves de Azevedo, destaca que a quadrilha planejava outro ataque na região de Itapema e Balneário Camboriú, para a próxima semana.
Os mesmos suspeitos foram responsáveis por três sequestros no final do mês de março em Itapema, por outros três em São Francisco do Sul, no início do mês de abril, e mais dois crimes na cidade de Tramandaí (RS), neste mês de maio.
Nesta última quarta-feira (25), a Polícia Civil foi comunicada que outros quatro caminhoneiros tinham sido sequestrados em Florianópolis, na região da Rodovia SC-401, no Bairro Saco Grande, que acabaram liberados durante madrugada de sexta-feira.
A investigação realizada em conjunto pela DIC de Joinville e pelas Delegacias de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV/DEIC), de Roubos e Antissequestro (DRAS/DEIC) e da inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por outro lado, identificou os autores dos crimes e localizou quatro deles em uma pousada em Itapema, prendendo-os em flagrante e encontrando um revólver, que eles usavam para render as vítimas. O quinto homem foi preso em outra pousada na praia de Canasvieiras, em Florianópolis, nesta mesma noite, sem que tivessem condições de reagir ou escapar.
Os homens presos, com idades entre 24 e 34 anos, possuem antecedentes por crimes de roubo, homicídio, estelionato e receptação no estado do Mato Grosso do Sul, e agora foram autuados em flagrante por crimes de sequestro, roubo, porte ilegal de arma, organização criminosa e por expor as vidas dos reféns a perigo, por conta das drogas que as forçaram a ingerir, ficando à disposição da Justiça Catarinense.
GOLPE
O esquema criminoso atraia caminhoneiros para realizarem fretes, usando anúncios falsos em nome de empresas conhecidas, em aplicativos de fretamento, com um bom pagamento. Os caminhoneiros, ao chegarem no local combinado, acabavam rendidos e sequestrados, sendo mantidos em cativeiro por até três dias, enquanto os caminhões eram roubados e levados para a região de fronteira com o Paraguai.
Os criminosos ainda obrigavam os reféns a falarem que estavam bem para familiares, quando estes mantinham contato. As vítimas também foram forçadas a ingerir drogas para ficarem dopadas, do tipo conhecido como “boa noite cinderela”, para que não tentassem fugir e quando eram liberadas em locais ermos.