O professor de ciências do Centro Educacional Municipal Giovânia de Almeida, que criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) dentro de sala em um diálogo com alunos foi afastado das atividades na escola.
A polêmica iniciou após o vazamento de quatro vídeos com falas do professor comparando os governos do ex-presidente Lula, com o atual governo, ainda na quarta-feira, 19. Como os vídeos contém apenas partes da conversa, não é possível saber o exato contexto do diálogo, porém as críticas à Bolsonaro são explícitas. Confira um dos trechos:
“…eu quero fazer uma comparação, o mensalão custou se não me engano R$ 110 milhões em corrupção lá dentro do congresso, o governo dele que dizia que não ia ter isso no governo dele, hoje sabe quanto que tá o mensalão nesse governo? 65 bilhões, ou seja, são 600 vezes a mesma corrupção que o PT fez, ele fez 600 vezes mais, dentro do Congresso Nacional, sabe o que é 600 vezes mais gente? Isso está comprovado, não sou eu que estou dizendo, isso tem até lá no Portal da Transparência…”, disse o professor.
Entenda a polêmica: Professor pode ser afastado após criticar o governo Bolsonaro dentro de escola, em Balneário Camboriú
Segundo a secretária de Educação, Marilene Cardoso, em reunião com o professor, ele relatou que não esperava que a conversa tomaria à proporção que ganhou, porém admitiu que o diálogo foi inadequado.
“Ele acabou pedindo desculpas disse que não imaginou que seria dessa forma e que não foi intencional, que foi um questionamento de aluno e ele acabou trazendo algumas respostas e houve essa situação, mas a gente entende que isso não pode acontecer, ele também, e toda ação tem uma reação e todas as providências estão sendo tomadas nesse sentido”, destacou.
Um processo administrativo foi aberto para investigar o caso, durante a apuração o professor poderá continuar trabalhando, porém em outra escola.
“Agora a gente aguarda a comissão que vai avaliar se haverá o afastamento ou não, mas não continua na mesma escola”, finalizou.
1 comentário
Discutir em sala de aula é basico para o estímulo do exercício da dialética e no combate da intolerância.O que não pode é a Secretaria da Educação tomar partido,sem base pedagógica e constranger o professor.E se ele tivesse ali defendendo o capitão cloroquina,será que ele seria afastado?