Um vídeo encaminhado à reportagem da Rádio Menina mostrou um paciente no chão do Hospital Ruth Cardoso. Desde março de 2023 o hospital conta com uma superlotação causada pelo aumento de casos respiratórios, dengue, além de acidentes e cirurgias, afirma a diretora do hospital Synthia Sorgato.
Confira o vídeo no final da matéria.
Segundo a diretora, o acontecido no vídeo foi excepcional. “Essa pessoa deitada no chão é um morador de rua que vem várias vezes ao hospital. Ele estava com o pé inchado e queria ser avaliado. Ele já tem o hábito de deitar no chão por ser morador de rua. Ele entrou às 8h38 e já foi avaliado às 9h, foi pedido raio x e ele se deitou no chão para esperar ao invés de sentar na cadeira”, explica Synthia.
Situação do hospital
Synthia relata que o hospital está lotado desde 2017, por atender toda a região. Entretanto, desde março de 2023 está superlotado. Segundo ela, a orientação é que o paciente busque primeiro o atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) durante a semana e aos finais de semana uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Após avaliado a situação do morador, ele será ou não encaminhado ao Hospital Ruth Cardoso.
“Nos primeiros sintoma, procure a Unidade Básica de Saúde da sua cidade para a primeira avaliação. Os moradores dos municípios vizinhos, Camboriú e Itapema, por exemplo, procurem o postinho”.
Uma das alternativas quando o hospital está superlotado é a transferência de pacientes para outros hospitais da região. A diretora comenta que existem os hospitais de baixa complexidade, como o de Hospital de Itapema, de média complexidade, como o Ruth Cardoso, e de alta complexidade, como o Marieta Konder Bornhausen.
Além disso, há hospitais com leitos de retaguarda, para tratamentos de antibióticos, glicemia e outros casos leves. Segundo Synthia, a região conta com dois hospitais com leitos de retaguarda, nas cidades de Luiz Alves e Navegantes. Entretanto, ela expõe que as transferências nem sempre são aceitas por parte dos familiares e, em certos casos, é necessário o acionamento do Conselho Tutelar para que sejam encaminhados.
“Tem mais de 30 pedidos de transferência atualmente. Muitas vezes ele é cedido e a pessoa ou o familiar nega pela distância. Nós não podemos ficar aqui com pacientes que podem ser encaminhados para leito de retaguarda, lá ele terá assistência adequada. Além disso, tem outros pacientes com casos mais graves que precisam do atendimento do Ruth Cardoso”.
A diretora explica que o recurso do Hospital Ruth Cardoso provém 70% do município de Balneário Camboriú, 15% do estado de Santa Catarina e 15% do Ministério da Saúde. “Não tem nenhum recurso e ajuda dos municípios vizinhos, da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri)”.
Confira a reportagem em áudio: