A saúde da região está na UTI. O Pronto-Socorro adulto do Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, voltou a registrar superlotação com o ponto mais crítico durante o último domingo, 19.
O problema que tem ficado cada vez mais recorrente vem preocupando as autoridades de saúde municipais. Segundo a diretora do Ruth Cardoso, Syntia Sorgato, apesar da ocupação máxima, todos os pacientes que foram até o hospital receberam atendimento.
“Realmente houve uma demanda além da nossa capacidade no fim de semana, era um fim de semana de feriadão, e no domingo aumentou ainda mais. Todos os pacientes que chegaram ao hospital foram atendidos dentro da classificação de risco. O que aconteceu é que tivemos internações além da capacidade de leitos e solicitamos, além de vaga de UTI adulto para regulação estadual, vagas também para internação de pacientes adultos, porque estamos ainda com o Pronto-Socorro com pacientes para internação além da capacidade de leitos do Ruth Cardoso que está 100% ocupado”, destacou.
Atualmente o hospital tem 30 leitos para internações clínicas e 30 leitos para internações cirúrgicas, sem contar os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Syntia revelou que durante o final de semana cerca de 100 pacientes estavam recebendo atendimento de forma simultânea no hospital.
Ainda de acordo com Syntia, o aumento da oferta de leitos e serviços de saúde em hospitais, não acompanhou o crescimento populacional da região nos últimos anos, sendo fundamental o apoio do governo estadual para ampliar o atendimento as pessoas que recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Nos últimos 10 anos a população da Foz do Rio Itajaí cresceu 35%, e os leitos da região não cresceram, até reduziram, por exemplo o hospital de Camboriú que fazia internação, fazia maternidade e não faz mais hoje, então houve e há essa sobrecarga no hospital Ruth Cardoso que é municipal, e hoje mais de 60% dos atendimentos do Ruth Cardoso são dos municípios vizinhos aqui da Amfri”, avaliou.
Apesar de atender pacientes de toda região, a maioria dos recursos para o custeio mensal do hospital Ruth Cardoso são provenientes da prefeitura de Balneário Camboriú que arca com 60% dos valores, o governo federal repassa 20% via tabela SUS, e o governo do Estado entre 15% a 20%.
Toda essa situação e as alternativas para recuperar o fôlego da saúde na região serão temas da reunião na quarta-feira, 22, entre o secretário de Estado de Saúde, Aldo Baptista Neto, com a secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Leila Crócomo e a diretora do Ruth Cardoso, Syntia Sorgato.
“A demanda vai ser a superlotação e a regulação de pacientes no Ruth Cardoso e a política hospitalar catarinense”, adiantou Syntia.