A evolução da dengue é preocupante em Santa Catarina, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), são mais 10 mil casos registrados apenas em 2023, sendo 8 mil considerados autóctones, ou seja, contraídos dentro do território catarinense.
Segundo Tharine Dal-Cim, bióloga da DIVE, cinco cidades catarinenses enfrentam uma epidemia de dengue, são elas; Joinville, Palhoça, Saudade, Quilombo e União do Oeste.
“Epidemia é quando o município identificada 300 casos a cada 100 mil habitantes”, explica.
Algo que tem chamado a atenção da bióloga são os óbitos ligados a doença que estão aparecendo mais cedo do que em anos anteriores, até a manhã desta quarta-feira, 12, haviam sido confirmados 10 óbitos provocados pela dengue, em Santa Catarina.
“A gente tem tido o registro de óbitos mais cedo do que a gente teve no ano anterior, a situação é que os casos estão se agravando e levando a óbito a população”, destaca.
Balneário Camboriú confirmou primeiro óbito por dengue em 2023
Entre as vítimas da dengue, está uma idosa de 94 anos, moradora de Balneário Camboriú, com várias comorbidades que teve seu quadro de saúde agravado pela doença. Também há confirmação de um adolescente de 13 anos, morador do bairro dos Municípios internado em estado grave no hospital Pequeno Anjo, após ter contraído dengue hemorrágica.
Para a diretora da Vigilância Ambiental de Balneário Camboriú, Veridiane Barbosa, é fundamental que a população fique em alerta, pois os focos do mosquito da dengue geralmente são encontrados, em locais de fácil eliminação, mas que passam desapercebidos pela comunidade.
“É o pratinho de planta, é a tampinha de garrafa jogada, e não o terreno baldio que as pessoas ficam preocupadas, existe a preocupação com terreno baldio sim, mas onde é jogado lixo e material que possa acumular água, mas a nossa preocupação maior é em residências, casas e apartamentos com vasos de plantas, piscinas que não estão sendo usadas e não estão sendo tratadas, essa é nossa grande preocupação”, destaca.
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Em Balneário Camboriú, as equipes do programa de combate à dengue identificaram 513 focos do aedes aegypti, com os pontos mais críticos sendo no Centro e bairro das Nações, até o momento são 342 casos confirmados de pessoas infectadas no município.
De acordo com Aline Leal, gestora da UPA das Nações e do PA da Barra, o número de pacientes que procuram os locais com casos relacionados a dengue tem crescido muito entre março e abril.
“A procura está muito relacionada aos números de casos da dengue, no mês de março a gente teve na UPA das Nações 263 notificações entre dengue, chikungunya e febre amarela, o que nos atenta são os primeiros 11 dias de abril onde esse número subiu para 240 notificações. No PA da Barra foram 130 notificações em março e 196 apenas nos primeiros 11 dias de abril”, revela.
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A situação é tão preocupante que novos profissionais de saúde serão contratados para suprir o aumento na demanda que os casos confirmados e suspeitos de dengue tem gerado na rede pública.