Sete gestantes morreram este ano no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí. Os óbitos acenderam um alerta em relação à saúde das mulheres, fazendo com que a Procuradoria Especial da Mulher, da Câmara de Vereadores, entregasse, na última terça-feira (19), um requerimento solicitando informações à Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Hospital Marieta. De acordo com a procuradora, a vereadora Anna Carolina Martins (PSDB), o objetivo é ter informações oficiais das causas que levaram as mortes.
“Precisamos identificar se a gestante possuía doença, se fez o acompanhamento do pré-natal ou se foi negligência médica, para que assim possam ser feitas as mudanças nas políticas públicas de assistência e acompanhamento das mulheres.”, ressalta.
Além dos relatórios dos anos de 2021 e 2022 da vigilância epidemiológica sobre a mortalidade em Itajaí, o requerimento também solicita o número de óbitos maternos que ocorreram no HMMKB nos anos de 2021 e 2022, o detalhamento por ano do Município e bairro de residência, idade e causa mortis das gestantes, quais os fatores que contribuíram para o falecimento (por exemplo: falta de recursos humanos, exames, insumos ou medicamentos, falta de pré-natal, problemas na assistência ao parto), se foi identificado que o histórico obstétrico das gestantes contribuiu para o resultado morte, se há no Município de Itajaí lista de causas que comumente mascaram mortes maternas e induzem à sub-informação de forma a atender às especificidades regionais ou locais.
As mortes já estão sendo investigadas pela Polícia Civil e o Hospital Marieta abriu sindicâncias para apurar os fatos e encaminhar aos órgãos competentes. Além disso, comunicou que irá romper contrato com a empresa de obstetrícia que realiza os atendimentos no hospital.
Em nota, o Hospital divulgou que reafirma o seu compromisso com a excelência no atendimento à população:
Sobre as denúncias apresentadas, o HMMKB reafirma o seu compromisso com a excelência no atendimento à nossa população, sendo o único hospital referência em gestação de alto risco para os 11 municípios da AMFRI, o que obviamente acarreta grande responsabilidade. Em virtude dos óbitos maternos acontecidos, sob a responsabilidade das empresas médicas contratadas, sindicâncias foram abertas para apurar detalhadamente os fatos, para em seguida enviar ao MPSC, CRMSC e demais órgãos competentes. Diante do sigilo médico e respeitando os envolvidos, as informações serão prestadas apenas aos legalmente envolvidos. O Hospital luta pela cura e pela vida, se sensibilizando com os óbitos e familiares, de modo que já comunicou à empresa de obstetrícia contratada sobre o rompimento do contrato no final de julho.
Confira a reportagem: