Nós muitas vezes nem percebemos, mas a água que utilizamos diariamente, percorre um grande caminho até chegar nas nossas residências…
Essa é a introdução da reportagem especial ‘Camboriú, uma cidade com o ciclo da água incompleto’, que aborda, além do ciclo da água, a situação do saneamento básico de Camboriú. A reportagem, do jornalista Gerson Felippi, 32 anos, da Rádio Menina de Balneário Camboriú, ganhou o 1º lugar na categoria Áudio, do 2º Prêmio Águas de Jornalismo Ambiental, na noite de terça-feira, 14.
Ao todo, 20 materiais, divididos em quatro categorias, foram contemplados na premiação sobre temas ligados ao abastecimento de água tratada, implantação da rede de esgoto e preservação dos recursos hídricos. Critérios como criatividade, inovação na linguagem, técnica de reportagem, apuração das informações e zelo pela ética jornalística foram avaliados pelos jurados.
Felippi, que todos os dias com a Unidade Móvel, sai pelas ruas ouvindo os anseios da população e dando voz à comunidade, pode acompanhar de perto um dos problemas de Camboriú: saneamento. Sabe-se que o município não possui rede de saneamento, sendo um dos poluentes do Rio Camboriú, responsável pelo abastecimento de Balneário Camboriú e Camboriú.
Para o especial, Felippi conversou com engenheiros, especialistas e a comunidade, com o objetivo de mostrar a realidade.

“Eu sempre digo que uma matéria jornalística ou até mesmo uma entrevista é um organismo vivo, através das conversas com cada fonte surgiam novas perguntas e detalhes a serem abordados. O foco foi buscar informações sobre as etapas do ciclo da água e os motivos pelos quais ele é incompleto no município, o que essa situação gera para população e o que está sendo realizado para resolver uma questão que como o próprio nome diz é saneamento BÁSICO”, destaca.
Gerson Felippi e a presidente das concessionárias da Aegea em SC, Reginalva Mureb.
Na reportagem, Felippi mostra que os investimentos recentes da concessionária Águas de Camboriú, levaram água para as comunidades que sempre dependeram de poços artesianos, como por exemplo, a região da Várzea do Ranchinho. Apenas em dezembro de 2021, foram inaugurados os primeiros metros de distribuição de água, que trouxeram qualidade de vida para os habitantes. Porém, Gerson analisa que muitos moradores não conhecem a real situação da cidade.
“Muitos moradores não conhecem a real situação de Camboriú, uma cidade que não possui rede de saneamento. Muitos também não entendem que a falta de saneamento implica não somente em problemas de saúde, mas também tem relação com o contexto social”, comenta.
Dar voz a população e expor as informações, este é o papel social da imprensa. Cidadãos bem informados são o caminho da transformação.
“Acredito que o grande papel do trabalho jornalístico é expor as informações para que a comunidade possa entender o que acontece na sua rua, bairro, cidade e etc. A matéria dá subsídio intelectual para que a população possa cobrar pela mudança”.
São 10 anos atuando na comunicação, que apesar dos desafios, possui muitos momentos satisfatórios. Gerson destaca que uma premiação deste nível, recompensa os esforços diários.
“É muito gratificante saber que seu trabalho é reconhecido como um conteúdo de excelência e relevância, além de dar aquela sensação boa que estou no caminho certo dentro da profissão que escolhi e amo”, finaliza.
PRÊMIO
O 2º Prêmio Águas de Jornalismo Ambiental, desenvolvido pelas concessionárias Águas de Camboriú, Águas de Penha, Águas de Bombinhas e Águas de São Francisco do Sul – pertencentes ao Grupo Aegea, maior holding de saneamento do país, premiou 20 produções, divididas em quatro categorias: áudio, texto, vídeo e mídia social.
A comissão julgadora foi formada por Billy Culeton, representante da Associação Catarinense de Imprensa (ACI); Giovana Pavei, professora de Comunicação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali); e Maristela Yule, da equipe de comunicação nacional da Aegea.
Reginalva Mureb, presidente das concessionárias da Aegea em Santa Catarina, destacou a importância do jornalismo para o setor de saneamento básico no Brasil. “A premiação busca justamente valorizar o trabalho realizado pelos profissionais de comunicação que cobrem o setor em nosso Estado, investigando, buscando todos os lados com transparência e evidenciando a urgência do saneamento básico para o nosso país, que impacta diretamente sobre a saúde das pessoas e sobre a preservação do meio ambiente”, cita Reginalva.
Gilson Zimmermann, coordenador do movimento nacional dos ODS Santa Catarina e que participou do evento de premiação, destacou o papel social dos veículos de comunicação em reverberar notícias ligadas ao saneamento básico e às causas sustentáveis. “O prêmio de jornalismo valoriza e destaca, cada vez mais, o papel fundamental da imprensa na busca por uma sociedade mais igualitária”, disse. Também participaram da solenidade de entrega o vice-prefeito de Camboriú, Júnior Cardoso; Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, e Rubens Filho, gerente da Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil.
Jornalistas premiados:
TEXTO
1) Fernando Assanti (Linha Popular)
2) Renata Rutes (Página 3)
3) Brunela Amarante Maria (Visor Notícias)
4) Vilmar Carneiro (Carneiro News)
5) Sabrina da Silva Quariniri (A Notícia)
VÍDEO
1) Luan Diego Vosnhak (NDTV Florianópolis)
2) Brunela Amarante Maria (Visor Notícias)
3) Thayná Santos Costa (NDTV Itajaí)
4) Juliana Senne (NDTV Itajaí)
5) Artur Bezerra (NDTV Itajaí)
ÁUDIO
1) Gerson Felippi Junior (Rádio Menina)
2) Mari Junkes (Rádio Câmara)
3) Anderson Rodrigo Vieira (Olhar do Vale)
4) Peeter Lee Grando (Rádio Conexão FM)
5) Liandro Ignacio Passos (Rádio Trans 99 FM)
MÍDIA SOCIAL
1) Vilmar Carneiro (Carneiro News)
2) Edenilson Pozzobon (Janelão)
3) Renata Rutes (Página 3)
4) Fladimir Rodrigues da Rosa (Radar São Francisco)
5) Anderson Rodrigo Vieira (Olhar do Vale).
Escute a reportagem vencedora da premiação: