Itajaí foi alvo da maior apreensão de barbatanas de tubarão no mundo. A ação foi realizada na segunda-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) onde 27,6 toneladas de barbatanas foram localizadas na empresa Pescados Kowalsky. Em outra busca, 1,1 tonelada foi flagrada no Aeroporto de Guarulhos, em maio. Segundo o Ibama, o pescado tinha como destino Ásia, onde seria usado para o preparo de sopas.
De acordo com o analista ambiental do órgão, Leandro Aranha, todas as empresas que fazem a exportação de barbatanas de tubarão são obrigadas a solicitar ao Ibama uma vistoria, onde o instituto é obrigado a fazer uma vistoria nos portos e aeroportos.

“A partir de um pedido de vistoria de uma das empresas, que ainda nem foi autuada, a gente verificou algumas incoerências em toda a cadeia produtiva da barbatana de tubarão e começamos a investigação. E a partir dai a gente pegou uma embarcação que estava desembarcando em Itajaí e a gente foi olhar esse desembarque e verificamos outras irregularidades”, explica.
Após esta abordagem, o Ibama verificou pelo satélite, todo o estoque da empresa, encontrando irregularidades em toda a pescaria realizada. Com as barbatanas apreendidas, estima-se que 10 mil tubarões, sendo 4,4 mil da espécie azul e 5,6 mil da espécie anequim, foram mortos.
A empresa abordada em Itajaí nega qualquer crime ambiental, conforme divulgado em suas redes sociais.
STATUS SOCIAL
De acordo com Aranha, as barbatanas seriam exportadas para a Ásia, geralmente negociadas por empresas chinesas, onde são consideradas iguarias.
“Lá a barbatana tem uma questão social também. Com a abertura econômica da China, várias famílias estão ascendendo economicamente, e a forma de você mostrar que você ascendeu é servir uma sopa de barbatana de tubarão para seus convidados, porém, este hábito está afetando a população de tubarões no mundo inteiro”, conta.
O Brasil, que é já o maior consumidor do mundo de carne de tubarão, também em sido um exportador importante de barbatana de tubarão.
A pesca direcionada para tubarões, conforme o instituto, é proibida no Brasil. Por isso, a suspeita é de que as embarcações usadas para a captura dos animais valiam-se de licenças de captura de outras espécies de peixe e atuavam com índices acima de 80% da carga permitida.
Confira a reportagem no programa Canal 100 de terça-feira, 20: