O consumidor mais atento já percebeu a queda no preço dos combustíveis após a medida do governo federal que isentou Pis/Cofins/Cide. A expectativa é de que nos próximos dias também seja anunciada a redução do Imposto sobre Mercadoria e Serviços (ICMS) da gasolina de 25% para 17%.
As reduções animam os motoristas, porém segundo o secretário-executo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral e Região (Sincombustíveis), César Martinho Ferreira Júnior, ainda não é possível precisar se o preço se manterá no patamar atual devido a política de preços da Petrobras, que segue a paridade do preço internacional do barril de petróleo.
“Uma coisa que se questiona muito no Brasil é o lucro absurdo que a Petrobras teve esse ano, no mesmo período em relação ao ano passado, aumentou 3.708%, até o momento o lucro está em R$ 44,5 bilhões, continua usando como critério de rever custos, tanto da gasolina A quanto do diesel A, o dólar do barril de petróleo, hoje na questão do óleo diesel internamente o volume consumido dentro do país ainda precisa de 20% de importação, o Brasil não é autossustentável. Enquanto a Petrobrás continuar adotando essa política vai ficar cada vez mais difícil, o governo federal zerou PIS e Cofins do diesel e gasolina, agora a redução significativa do ICMS e a Petrobras internamente precisa rever isso, porque se ela continuar com essa política, talvez lá na frente essas medidas não adiantem de nada”, destacou.
O pessimismo de César tem justificativa, as isenções de impostos têm validade até final de 2022, e o temor é que os sucessivos aumentos impulsionados pela política da Petrobras acabem de certa forma “anulando”, as ações do governo resultando na elevação de preços.
Mas também existem boas notícias, o governo de Santa Catarina preparou a medida provisória que vai reduzir de e 25% para cerca de 17% o ICMS da gasolina no Estado. Ainda de acordo com César Martinho a medida deve entrar em vigor no início de julho, e pode provocar mais uma queda no preço do combustível, mesmo em meio às incertezas do mercado.
“Mesmo com a redução de 25% para 17%, o preço de pauta que está congelado hoje em R$ 5,77 o preço comercializado nas bombas dos postos está entre R$ 6,50 e R$ 6,60, com a aprovação desse projeto de lei não há como mexer no preço de pauta, não sei se isso começa a partir de sexta-feira ou segunda-feira, pois não foi determinada nenhuma data específica para Santa Catarina se adequar à lei, por enquanto na prática não temos como calcular e não temos como prever o que vai acontecer”, avaliou.