Dados do Sindicato dos Lojistas de Balneário Camboriú apontaram que em agosto de 2023, houve uma queda de 0,4% no volume de vendas do comércio no município. Segundo o superintendente do sindicato, Helder Vieira, a expectativa era que a queda fosse de até 0,9%.
O superintendente aponta alguns fatores para a queda. Um deles é a sazonalidade, sendo um mês que não possui um volume expressivo de turistas. Outro fator é a falta de datas comemorativas. Segundo Vieira, o Dia dos Pais é mais vantajoso para restaurantes e passeios.
“O Dia dos Pais não reflete tanto, ele tem um cunho mais em restaurante e passeios, do que compras, diferente do dia das mães. Falta [também] uma política de baixa da Selic. [Outro fator são os] juros altos para o comércio, questão econômica que ainda não reflete um desempenho para que as pessoas gastem”, explica o superintendente.
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Vieira vê o panorama de 2023 negativo para o comércio na cidade. Segundo ele, muitos empresários tiveram que se esforçar para manter as portas abertas. “O empresário está fazendo malabarismo para deixar seu comércio aberto. Algumas ações como diminuir o volume de despesas, compra menor de estoque, manter apenas os funcionários que já estão na cadeia [são primordiais para os donos de lojas]”
Daniel Krug é empresário em Balneário Camboriú há 16 anos e confirma o panorama apresentado. Ele é dono da Sul Modas e teve prejuízo em 2023, principalmente devido à falta do inverno.
“Aqui na minha loja caiu mais de 30%. Nos preparamos com mercadoria para o inverno, pois ano passado faltou mercadoria, e esse ano infelizmente tivemos que guardar. Eu deixei cerca de R$ 200 mil no estoque. O inverno está sendo horrível, mas o ano em si também”, conta Krug.
O empresário vê na temporada a salvação do faturamento referente ao ano todo, mas devido ao alto custo da cidade, muitas vezes não sobra dinheiro dos turistas para as compras. “A gente espera que seja uma temporada boa. Vem de anos que sempre nos promete muitos turistas, mas o custo para vir a Balneário Camboriú está muito alto. As pessoas vem com o dinheiro contado para o hotel. Para gastar no comércio não sobra”.
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