É, no mínimo, ingênuo pensar que a fiscalização dos Agentes de Trânsito e da Guarda Municipal, por si só, será capaz de impedir que crianças e adolescentes transitem com ciclomotores (aqueles veículos maiores, que parecem scooters) pelas ruas de Balneário Camboriú.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é claro: para conduzir ciclomotores, é necessário, no mínimo, possuir Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e, em ambos os casos, ter 18 anos.
O BC Trânsito está atuando, somente em fevereiro, foram realizadas 780 abordagens de patinetes e ciclomotores pelos Agentes de Trânsito (quase 28 por dia), resultando em 21 retenções e quatro ciclomotores removidos ao pátio. É verdade que essa fiscalização ocorreu com maior intensidade na região central, principalmente na Avenida Atlântica, e concordo que precisa ser ampliada para outras áreas da cidade.
Mas reflitam comigo: quem coloca um ciclomotor – que mais parece uma moto – nas mãos de um menor de idade? Se sua resposta foi “os pais”, bingo! Acertou na mosca. Se os responsáveis não se conscientizarem de que estão colocando em risco a vida dos próprios filhos ao permitir que transitem com esses veículos – muitas vezes sem capacete – pelas ruas da cidade, não há fiscalização que dê conta. Essa lição tem que começar em casa.
Nas minhas corridas quase diárias pela Avenida Atlântica, já presenciei os mais variados abusos cometidos por ‘motoristas’ de ciclomotores, não só por jovens, mas também por adultos. Nessa questão, a fiscalização precisa agir com o máximo rigor, eu concordo. Mas cobrar que os Agentes de Trânsito fiquem na saída de cada garagem de condomínio, controlando crianças e adolescentes que, com a permissão dos pais, saem por aí ‘pilotando’ ciclomotores, já é demais – ao menos na visão deste mero jornalista, que gosta de dar uns “pitacos” sobre o trânsito de Balneário Camboriú.