Na noite de ontem fui ofendido, achincalhado e ameaçado, por falar o óbvio!
Em uma conversa sobre a lotação do Hospital Municipal Ruth Cardoso, em um grupo de WhatsApp, onde um cidadão indignado reclamava da situação do pronto socorro lotado, o mesmo levantou críticas aos vereadores e ao prefeito de Balneário Camboriú.
E eu, falei o óbvio! “Cobrem também dos vereadores e prefeitos de Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas e Itajaí.’
É uma fala óbvia pelo simples fato de quase 50% dos atendimentos no Pronto Socorro do Ruth Cardoso vir destas cidades vizinhas que não possui estrutura hospitalar. Essa brincadeira tem custado aos cofres do município de Balneário Camboriú, aproximadamente 6 milhões de reais por mês.
A minha fala foi o bastante para ser chamado de todos os adjetivos pejorativos, possíveis e imagináveis, por uma pessoa que não entende que o hospital é Municipal e custeado com recursos municipais. Dinheiro do bolso dele mesmo que estava reclamando, e que banca o atendimento hospitalar de uma região.
O Estado?
O governo estadual só tem contribuído com uma miséria no último ano, forçado por uma decisão judicial. A decisão que partiu de uma ação do Ministério Público contra a Prefeitura de Balneário, previa o sequestro e transferência de 2 milhões de reais por mês para BC. O estado recorreu e esse valor é de 1 milhão.
Na mesma ação, a determinação era que o Estado de Santa Catarina e os municípios vizinhos atuassem conjuntamente para a solução do problema.
O que o governo do Estado fez até o momento?
E os prefeitos da nossa região?
Já se passou 1 ano e 2 meses da decisão judicial que obrigou o Ruth Cardoso a continuar atendendo os municípios da região. Quais foram as medidas tomadas pelos municípios até o momento?
Amordaçados
TODOS estamos amordaçados.
O Ruth Cardoso não pode negar atendimento. Ninguém pode obrigar os municípios vizinhos a se virarem.
Enquanto isso, o povo de Balneário Camboriú pena na fila de espera. Junto conosco, estão pacientes de municípios vizinhos, com as mesmas necessidades que nós, que também estão amordaçados pela incompetência dos gestores de seus municípios e do Estado de Santa Catarina.
NENHUMA cidade falou um A até agora sobre o assunto.
Camboriú, que se vangloria por ter “aberto” o hospital há 3 anos, NUNCA internou um paciente. NUNCA realizou uma cirurgia de emergência. NUNCA fez um parto. E também NUNCA assumiu que não é um hospital.
Enquanto isso, a população tem que se contentar com um Pronto Socorro que está em frangalhos, sobrevivendo a míngua, sob a gestão de um prefeito que usava jaleco em suas campanhas para dizer que era médico, num claro estelionato eleitoral, mexendo com a carência dos mais necessitados, em busca do poder.
Silêncio Criminoso
A incompetência e a falta de transparência em Camboriú vira crime, mas ninguém pune. A prefeitura continua escondendo informações da população e da imprensa, sabendo que a impunidade prevalece em uma terra de ninguém.
Há 9 meses fiz uma denúncia no Ministério Público pelo fato da prefeitura de Camboriú ter me negado informações sobre o Hospital de Camboriú, que diziam estar aberto há 3 anos. A denúncia levou 2 meses para virar uma “Notícia de Fato” no MPSC e, sem resposta da prefeitura, virou “Inquérito Civil” em abril de 2021, que também nunca foi respondido pela prefeitura.
Em maio, a prefeitura foi novamente notificada pelo Ministério Público, sob ameaça de ser aberto um Inquérito Criminal. Hoje, 28 de julho, nada foi resolvido e as perguntas continuam sem respostas.
Projetos importantes são votados as escondidas, em sessões extraordinárias, tudo é feito por baixo dos panos, sem o cidadão tomar ciência.
Isso mostra que a impunidade em Camboriú é gigante, a Prefeitura sabe disso, e se esbalda na piscina da podridão.